terça-feira, 13 de janeiro de 2009

VIDA

A vida tem cor

Pinta-se de alegria, tristeza ou dor

Quanto ao seu tom

Pode ser forte, suave ou em contraste

Mas há quem com o fundo se baste

A vida tem som

Ele ás vezes é agudo, ás vezes grave

Delineia-se com mini-colcheia ou com clave

Como termina a sinfonia

Só o maestro sabe

A vida tem cheiro

Dela tudo se respira

Seja pura ou poluída

O cheiro:

Perfumado ou inodoro ou suado

Seja natural ou fabricado

Há quem de alquimia faça sua mina

Há quem confie somente nas narinas

A vida tem paladar

Há momentos doces outros amargos

(Será virtuoso o bom de garfo?)

O sabor é de mel folheado de fel

Vai-se fundo para alcançar o melífero

Cava-se fundo enterrando-se sacrifícios

Provar a vida é tirar dela o que se pretende

Saboreá-la, do apetite depende...

A vida tem tacto

Apalpa-se plano, tropeça-se em buracos

Aparam-se arestas, rompem-se frestas

Vê-se o sol, conforma-se com arestas

Seja ela gostosa ou pegajosa

Senti-la, é poema à toda prova

Sentir os cinco sentidos da vida

É sentir o prazer da vida se ter

É dar-se o direito com jeito ou sem jeito

De todos os mistérios o próprio conhecer

A tela da vida é cheia de tinta

Realmente...

“Ela tem a cor que a gente pinta.”

Mas quem é o dono do pincel?

Estará ele na terra, no ar ou no céu??

Nenhum comentário:

Postar um comentário