quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Esqueço-me

Mesmo sem sair de casa sinto o vento que percorre

As ruas à minha procura. E aconchego-me um

Pouco mais nesta minha cama de sonhos

Nunca partilhados… Ouço a voz da chuva a

Chamar por mim num desafio de coragem e

Ainda assim o calor dos lençóis e das mantas

Da minha cama prendem-me propositadamente.
Estou entre o querer ir e o querer ficar!
Pergunto-me de que vale ir ao encontro dessas

Questões da natureza e, na mesma pergunta,

Embargo o meu desejo de ficar num espaço

Em que já não tenho tempo para sonhar…
Sinto-me em falta noutro local.

Nesse momento de alguém que queira o

Apoio que posso oferecer ou que, simplesmente,

Só queira um dos meus sorrisos

Que esbanjo pela vida fora.
Mas teimoso, fecho os olhos,

E numa reviravolta estratégica adormeço devagar…
Esqueci-me de tudo e de todos! Até de mim…

Meu amor... trouxe-me o vento os suspiros do

Teu desejo e as palavras que sempre ambicionei

Ouvir e agora posso tê-las. Soube desde o

Primeiro instante que tu eras o meu destino

E descobri, na carícia do teu olhar, que

Minha alma te pertence há muito.
Sonho com um gesto teu desde o primeiro

Momento e aguardei, na ânsia, por uma

Palavra tua, que tardou em chegar.

Por mais incrédulo o meu sentir,

Nunca consegui matar a esperança que julguei vã,

E hoje, meu amor... Hoje!... Hoje tornaste o meu

Mundo mais feliz, porque sinto

Agora que estás no meu universo.
Aguardo-te na nossa praia, onde já misturei com

O mar as lágrimas de saudade ao pôr-do-sol.

Oh! Ternura. Doce brisa que

Afaga a minha imaginação… Oh! Loucura dos

Dias que passo entre o mar e a areia a olhar o

Teu rosto imaginado, o teu corpo esculpido no

Querer da minha imensidão feita de um rochedo perdido…
Tu nunca chegaste! E a tua resposta foi criada

Pela minha loucura, isenta de qualquer realidade.

Morri na nossa praia. E o corpo perdeu-se

Nas areias da imprecisão.
Tu nunca chegaste… mas as ondas visitaram-me

Sempre, e foram elas que alimentaram a

Minha esperança, o meu desejo e a

Minha vida, perdida… nesta ilha do amor…

Deixas a noite cair
para desceres do teu berço dourado
deixas a escuridão envolver-te em fragrâncias
e despertas o teu falir
nessas palavras feitas de ânsias
escondidas no âmago imoderado.
Estranha alegria
que fazes sair
recôndita na prosa e na poesia
eloqüente sem mentir.
Voltas ao ataque
procuras um destaque
estranha alegria que fazes sorrir.
E no momento
em que escreves a palavra plágio
fazes-me ser o evento.
Fazes o vento fugir
e de mim um Ás
estranha alegria que dás…

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