Mesmo sem sair de casa sinto o vento que percorre
As ruas à minha procura. E aconchego-me um
Pouco mais nesta minha cama de sonhos
Nunca partilhados… Ouço a voz da chuva a
Chamar por mim num desafio de coragem e
Ainda assim o calor dos lençóis e das mantas
Da minha cama prendem-me propositadamente.
Estou entre o querer ir e o querer ficar!
Pergunto-me de que vale ir ao encontro dessas
Questões da natureza e, na mesma pergunta,
Embargo o meu desejo de ficar num espaço
Em que já não tenho tempo para sonhar…
Sinto-me em falta noutro local.
Nesse momento de alguém que queira o
Apoio que posso oferecer ou que, simplesmente,
Só queira um dos meus sorrisos
Que esbanjo pela vida fora.
Mas teimoso, fecho os olhos,
E numa reviravolta estratégica adormeço devagar…
Esqueci-me de tudo e de todos! Até de mim…
Meu amor... trouxe-me o vento os suspiros do
Teu desejo e as palavras que sempre ambicionei
Ouvir e agora posso tê-las. Soube desde o
Primeiro instante que tu eras o meu destino
E descobri, na carícia do teu olhar, que
Minha alma te pertence há muito.
Sonho com um gesto teu desde o primeiro
Momento e aguardei, na ânsia, por uma
Palavra tua, que tardou em chegar.
Por mais incrédulo o meu sentir,
Nunca consegui matar a esperança que julguei vã,
E hoje, meu amor... Hoje!... Hoje tornaste o meu
Mundo mais feliz, porque sinto
Agora que estás no meu universo.
Aguardo-te na nossa praia, onde já misturei com
O mar as lágrimas de saudade ao pôr-do-sol.
Oh! Ternura. Doce brisa que
Afaga a minha imaginação… Oh! Loucura dos
Dias que passo entre o mar e a areia a olhar o
Teu rosto imaginado, o teu corpo esculpido no
Querer da minha imensidão feita de um rochedo perdido…
Tu nunca chegaste! E a tua resposta foi criada
Pela minha loucura, isenta de qualquer realidade.
Morri na nossa praia. E o corpo perdeu-se
Nas areias da imprecisão.
Tu nunca chegaste… mas as ondas visitaram-me
Sempre, e foram elas que alimentaram a
Minha esperança, o meu desejo e a
Minha vida, perdida… nesta ilha do amor…
Deixas a noite cair
para desceres do teu berço dourado
deixas a escuridão envolver-te em fragrâncias
e despertas o teu falir
nessas palavras feitas de ânsias
escondidas no âmago imoderado.
Estranha alegria
que fazes sair
recôndita na prosa e na poesia
eloqüente sem mentir.
Voltas ao ataque
procuras um destaque
estranha alegria que fazes sorrir.
E no momento
em que escreves a palavra plágio
fazes-me ser o evento.
Fazes o vento fugir
e de mim um Ás
estranha alegria que dás…
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